23 de abril de 2012

Salve Jorge!

Chagas abertas, Sagrado Coração todo amor e bondade, o sangue do meu Senhor Jesus Cristo, no corpo meu se derrame hoje e sempre.
 E
u andarei vestido e armado, com as armas de São Jorge. Para que meus inimigos tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me exerguem e nem pensamentos eles possam ter para me fazerem mal.
Armas de fogo o meu corpo não o alcançarão, facas e lanças se quebrarão sem ao meu corpo chegar, cordas e correntes se arrebentarão sem o meu corpo amarrarem.
São Jorge, me estenda o seu escudo e as suas poderosas anulas, defendendo-me com a sua força e com a sua grandeza, do poder dos meus inimigos carnais e espirituais e de todas sua más influências, e que debaixo das patas de seu fiel ginete, meus inimigos fiquem humildes e submissos a vós, sem se atreverem a ter um olhar sequer que me possa prejudicar. Jorge é de Capadócia!

23 de março de 2012

O que é a língua Kimbundu?

O kimbundu pertence ao grande grupo de família das línguas africanas designada por "bantu". Bantu significa pessoas e é o plural de muntu. Em kimbundo mutu é o nome que significa pessoa, sendo o plural atu. Todas a línguas do grupo Bantu, possuem o mesmo parentesco que notamos por exemplo entre as línguas neo-latinas, tendo sido por isso mesmo enquadradas neste grupo (grupo Bantu). O povo bantu faz referência aos indivíduos pertencentes a este grupo linguístico, mas não constituem um grupo isolado e sim a união de vários povos ao qual pertencem segundo uma classificação feita pela semelhança da linguagem.

Portanto, não devemos falar em língua bantu e sim em línguas bantu, ou civilizações bantu porque inúmeras são as línguas e as civilizações ou povos que estão enquadrados neste grupo, tendo em comum somente o elo do parentesco da linguagem que sugere pela grande semelhança, um tronco comum de origem, mas que apresentam no entanto, diversidades sociais, culturais e políticas, mudanças essas ocorridas provavelmente ao longo do tempo.

Esta semelhança da linguagem, faz supor evidentemente uma língua e até mesmo um lugar comum de origem desses povos, que acabou por dar, devido a circunstancias históricas, nos diversos grupos com seus costumes e línguas diferentes (embora identifiquemos o parentesco linguistico).

Atualmente o Kimbundu é falado por muitas pessoas. Chamamos de kimbundu, ou língua de Angola, por ser a língua geral do antigo reino de Ngola e ser a primeira língua a ser estudada e traduzida pelos Europeus.
Fonte: http://forum.angolaxyami.com

16 de março de 2012

DESFAZENDO O MITO DA SUPREMACIA YORUBA-NAGO

Foto: in guiadeteresina.com

"Minas Gerais é toda bantu?
Minas só, não. O Brasil é bantu."


Por volta de novembro de 2002, os confrades Falabella e Lasmar, do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais – IHGMG, enviaram-me matéria publicada no Jornal do Brasil, onde pude ter notícia da maravilhosa pesquisadora e etnolinguista baiana Yeda Pessoa de Castro.
Currículo nacional e internacional para acadêmico nenhum botar defeito, Yeda, no dizer da jornalista Eliane Azevedo, explodiu a polêmica: “o idioma que se fala no Brasil não é europeu. Trata-se de um português africanizado - uma extraordinária convergência entre o banto (grupo etnolingüístico da África meridional) e a língua de Camões."
''No encontro entre as línguas africanas e o português arcaico, em lugar de surgir um conflito, houve um nivelamento, um processo de africanização'', garante a ex-diretora do Centro de Estudos Afro-Orientais da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e integrante do Comitê Científico Brasileiro do Projeto Rota do Escravo, da Unesco.
Yeda não poupa filólogos e estudiosos acadêmicos para apontar que só o preconceito etnocêntrico fez com que palavras que garante ser banto, como mocotó e moranga, tenham atribuição indígena nos dicionários. E que só se estudou a cultura iorubá porque era um povo que tinha escrita[1].
''Chegou-se a um estereótipo de que os iorubás eram superiores. Zumbi dos Palmares era banto, mas, no filme de Cacá Diegues, os palmarinos falam iorubá, quando não havia um deles ainda no Brasil'', argumenta, furibunda[2]. A tese de Yeda está exposta no recém-lançado Falares africanos na Bahia (Topbooks, 368 págs.) - que o colunista do Jornal do Brasil Millôr Fernandes classifica como sua ''atual bíblia''.
Yeda tem mesmo total razão.
Segundo números tabulados por Maurício Goulart[3], o maior pico de sudaneses ocorreu em 1720, 60,22% da população negra, quando começou a decrescer velozmente ante o crescimento dos bantus que chegaram a ser 86,41% em 1790, contra apenas 13,59% de sudaneses.
[...]
Mas não é só. Duas questões há a acrescentar:
a) os números acima provavelmente abranjam também São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás e Mato Grosso e não apenas as Minas, onde é provável que o número de sudaneses fosse menor ainda;
b) no caso de Minas, não só os pretos eram em maioria bantu, como os próprios brancos, mormente os chamados de “ilhéus”, cuja maioria, na verdade vinha de Angola, Moçambique e outras possessões bantos da África, de onde conheciam as línguas por serem naturais ou moradores de longa data nessas colônias portuguesas.
Neste sentido, não nos esqueçamos de que hoje não é mais mera tese de que o povo brasileiro, até a descoberta das Minas, falava quase que exclusivamente a língua geral.
Assim, no outro lado da moeda, mais uma vez acertou na mosca a maravilhosa etnolinguista: “(...) o africano adquiriu o português como segunda língua e foi o principal responsável pela difusão da língua portuguesa em território brasileiro”[4].
Evidente que convivendo com os portugueses em Angola e Moçambique, esses bantus tinham pelo menos alguma noção do português, quando não o falavam correntemente.


[1] Yorobás não tinham escrita coisa nenhuma. Como ensina Yeda, islamizados que eram, só faziam copiar textos do alcorão em língua e caracteres árabes.
[2] O filme de Cacá Diegues teve que ser redublado, tirando-se-lhe a língua yorubá.
[3] Estimativa de Maurício Goulart, in Devassa da Devassa, de Keneth Maxwel, 1995, 4ª Impressão, pgs. 290/291.
[4] Falares Africanos na Bahia, pg. 78.


Escrito por Tarcísio José Martins
Ter, 30 de Novembro de 1999

7 de março de 2012

Homenagem ao Dia Internacional da Mulher

Ah! mulheres negras
essas impressionantes
sempre a importar a mais funda ancestralidade!
Ah! mulheres, úteros de verdades
tamanhas!
Geração de vida permanente
junto ao silêncio da profusão de cores das formas de vida!
Ah! mulheres-esteio! Sois marcas do fundamento da humanidade
desde África
se espraiando por um planeta sem sentido
onde dar depende do que se tem de volta!
Ah, essas mulheres, essas negras
veludos de conforto e aflição.
Ah! mulheres, velhas mulheres negras
portando a sabedoria do porvir
que não perdoa
aqueles que não se fazem irmãos!!!
Autora: Ana Maria Felippe

2 de fevereiro de 2012

Palavras de seu Benzinho

No dia 03 de março de 2012, o seu Benzinho, se estivesse entre nós, estaria completando 97 anos. Nossos respeitos e admiração para este homem que sempre lutou pelo reconhecimento e respeito do culto aos nkises, orixás, voduns, caboclos e encantados. Esmeraldo Emetério Santana nos deixou, mas estará sempre em nossas lembranças.


Nossa Organização

A ABENTUMBA é uma organização sem fins lucrativos de caráter social civil e religioso, fundada em 1999 e situada dentro do Terreiro Tumba Junsara, em Salvador da Bahia. Tem como gestor o Sr. Esmeraldo Emetério de Santana Filho – Tata Zingue Lunbondo.  Foi criada a partir da necessidade de manutenção e defesa do culto afro-brasileiro na modalidade de tradição Candomblé Angola e para difusão das tradições Bantu. A ABENTUMBA, desde 1999, vem realizando ações afirmativas no intuito de preservar o culto Candomblé Angola, através dos remanescentes do Terreiro Tumbensi, casa de Angola patrocinando encontros anuais para fortalecimento da sua identidade e ao mesmo tempo realizando ações de cunho social entre os adeptos da religião e a comunidade do entorno do Terreiro, com a distribuição de cestas básicas, através de convênio com a ACBANTU, proporcionando cursos de relevante importância para sustentabilidade da comunidade como, culinária, artesanato, serigrafia, idioma Bantu e percussão, através de instituições parceiras. Os encontros realizados pela ABENTUMBA já se encontram na sua quarta edição e em 2010, teve como tema “Tumba Junsara Redescobrindo sua História”, encerrando com a entrega da medalha Zumbi dos Palmares à Sra. Carmelita Luciana – Mameto Xagui, homenageada pela Câmara Municipal de Salvador e a CESE que abraçou o projeto. Hoje a Associação tem como parceiros o KOINONIAS, a ACBANTU, a CESE e a AFA. Para 2012 a ABENTUMBA está realizando reuniões de planejamento estratégico e elaborando projetos na área de Ações Afirmativas e Sustentabilidade para serem colocados em prática durante o primeiro e segundo semestres, projetos estes que darão oportunidade aos jovens e mulheres para serem inseridos no mercado de trabalho, bem como projetos para fortalecimento da cultura bantu e do Candomblé Angola.

Nosso Presidente
         Esmeraldo Emetério de Santana Filho, Tata Zingue Lunbondo, o Chuchuca Muxikiangoma, desde menino se dedica ao toque dos ngomas (atabaques) e aos cântigos sagrados do Candomblé. O talento musical do sikarongoma, que na etnia bantu significa “tocador de atabaques”, pode ser apreciado em suas apresentações durante os cultos religiosos no Terreiro Tumba Junsara. Com  mais de 30 anos de iniciação religiosa, Tata Zingue Lunbondo, sempre esteve atento aos problemas do povo negro, principalmente no que diz respeito ao preconceito racial e religioso.
     Em 11 de julho de 2007 foi eleito Presidente da Associação Beneficente de Manutenção e Defesa  do    Terreiro  “Tumba Junsara” – ABENTUMBA, localizada na Vasco da Gama e que tem como missão principal a preservação e a defesa daquele terreiro de candomblé angola, a preservação da cultura Bantu, e ajuda humanitária para as famílias carentes do seu entorno.
      Como ativista social participou de vários eventos socias e sempre levantou a bandeira em defesa das tradições do Povo de Santo. Foi um dos responsáveis pelo incentivo à criação do Departamento de Promoção da Igualdade Racial em Lauto de Freitas-Ba.
      Participou, em 1981, do Encontro de Nações do Candomblé, organizado pelo Centro de Estudos Afro-Orientais - CEAO, da Universidade Federal da Bahia, juntamente com seu pai, Esmeraldo Emetério de Santana, seu Benzinho, figura marcante dentro da cultura Bantu, na Bahia.
     Participou, em 2004, como palestrante, do 2o Encontro Internacional das Tradições Banto do Brasil, no Plenário do Parlamento Latino Americano, em São Paulo, cujo tema central foi:  AFRICANIDADES BANTO - Tradição Oral, Resistência Religiosa e  Identidade Cultural.
Participou, em 2005, do Encontro de Consolidação do Núcleo de Religiões de Matriz Africana da PM/BA.
     Em 2008, gravou CD em homenagem a Kayala a deusa dos mares, produzido pela Fundação Gregório de Matos e com direção de Paulo Costa Lima.
     Participou, em 2008 da primeira Oficina de Capacitação de Multiplicadores de Religiões de Matrizes Africanas no Combate à Dengue, promovida pelo KOINONIA, no dia 30 de maio, na Biblioteca Pública Estadual dos Barris (Salvador, BA). Na ocasião, falou sobre os ambientes sagrados das religiões de matriz africana e da importância da água para o povo de Candomblé.
     Em 23 de janeiro de 2009 solicitou, junto ao IPAC, o Tombamento do Terreiro Tumba Junsara depois de ter feito solicitação de análise antropológica e sócio-ambiental. O processo de tombamento está em fase de estudos.
     Participou, em 2011, da I Oficina Nacional para Elaboração de Políticas Públicas de Cultura para Comunidades Tradicionais de Terreiro, realizada de 27 à 30 de novembro, em São Luís/Ma, com a presença da ministra da cultura Ana Buarque de Hollanda.
     Em 11 de julho de 2011 participou da comemoração da Páscoa Militar, comemorada pela VI Região Militar do Exercíto, sediada em Salvador, que pela primeira vez abriu as portas para o povo de santo através da NEAFRO – Núcleo de Estudos Religiosos Afro Indigenas do Exército.
      Em 13 de dezembro de 2011 funda a NEAFRO – Marinha e em 16 de janeiro de 2012 protocola junto ao Segundo Distrito Naval solicitação de inclusão da NEAFRO nas comemorações religiosas oficiais da Marinha do Brasil, em Salvador.
      Foi o idealizador dos Encontros da Família Tumba Junsara que já se encontra na sua quarta edição, onde são discutidos temas de interesse da cultura Bantu e a preservação desta cultura para que filhos, netos e bisnetos do Terreiro Tumba Junsara nunca esqueçam das suas origens.
      Em 16 de dezembro de 2010 durante o IV Encontro, em Sessão Especial, na Câmara de Vereadores de Salvador realizou homenagem de entrega da Medalha Zumbi dos Palmares, oferecida pela Vereadora Aladilce à Mameto Xagui Carmelita Luciana de Souza, iniciada em 1937, no Terreiro Tumba Junsara por Manoel Ciríaco.
      Como presidente da ABENTUMBA realiza várias ações sociais que beneficiam as famílias do entorno e os adeptos/filhos do terreiro, com distribuição de cestas básicas, curso de serigrafia e curso de toques e línguas de origem Bantu.