Secretaria de Promoção da Igualdade Racial - Governo da Bahia
Evento agrega diversidade religiosa para debater o enfrentamento à
intolerância
Notícias
Postado em: 22/01/2018 10:00
Este domingo (21) foi de intensa mobilização de religiosos de diferentes segmentos, em evento
alusivo ao Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. Representantes de religiões de matriz
africana, do espiritismo, das igrejas católica, ortodoxa e evangélica estiveram reunidos no terreiro
Tumba Junsara, no Engenho Velho de Brotas, em roda de diálogo que discutiu estratégias para o
enfrentamento ao racismo e às violações do direito da liberdade de culto.
“Reunimos um coletivo de ativistas e religiosos que fazem parte de uma verdadeira ‘frente de
resistência’. Um encontro de diversas trajetórias e contribuições à luta em defesa da liberdade
religiosa. Estes encontros são importantes, sobretudo, para dar visibilidade a este tema e provocar a
reflexão acerca do crescente número de crimes de racismo e intolerância que acometem,
principalmente, as religiões de matriz africana”, ressaltou a titular da Secretaria de Promoção da
Igualdade Racial (Sepromi).
“É fundamental pautar a sociedade sobre o ódio quem vem incidindo no nosso país. O racismo
religioso impede a gente de avançar. Quando observamos a situação das mulheres negras
percebemos que o volume de violência aumenta ainda mais”, pontuou a vice-presidente do
Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra (CDCN), Lindinalva de Paula.
“Que tenhamos a possibilidade de reproduzir ainda mais estes encontros e avançarmos no nosso
trabalho de defesa da liberdade do nosso povo”, reforçou o tata Emetério Filho, do terreiro Tumba
Junsara, ao lado da líder religiosa Iraildes Cunha (Nengua de Nkisi Mesoenji).
Também participaram dos debates o pastor evangélico Djalma Torres; o padre Lázaro Muniz; o
bispo Jorge Costa, da igreja ortodoxa; o líder espírita José Medrado; makota Valdina Pinto; mãe
Jacira de Iansã, da Rede de Religiões de Matriz Africana do Subúrbio (RREMAS); Ebomi Nice de
Oyá, do Terreiro Casa Branca e da Irmandade da Boa Morte; dentre outras representações.
A programação cultural do evento foi marcada por intervenção poética, exposição de grafite e
apresentação musical dos grupos Ókánbí e Transbatucada.
A data - O Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa foi instituído em 2007, tendo o caso de
Mãe Gilda como um dos mais emblemáticos na luta contra o racismo e o ódio religioso no país.
Após ter a imagem maculada e o terreiro (Ilê Axé Abassá de Ogum, em Salvador) invadido e
depredado por representantes de outra religião, a sacerdotisa teve agravamentos de problemas de
saúde e faleceu em 21 de janeiro de 2000.
O episódio repercutiu amplamente, resultando em projetos de lei na esfera municipal e, em seguida,
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sendo reconhecido na esfera federal. A data é um marco para fomentar o debate acerca do respeito
às diferenças de crença e à liberdade de culto.
Fonte:http://www.sepromi.ba.gov.br/2018/01/1782/Evento-agrega-diversidade-religiosa-para-debater-o-enfrentamento-a-intolerancia.html